Biden comanda cúpula do clima e coloca em xeque posição do Brasil

Começa na próxima quinta-feira (22) a Cúpula sobre o clima convocada pelos estados Unidos. A meta é a de ampliar a ambição em termos de políticas de redução de desmatamento e de emissões de CO2, além de incrementar o financiamento para países em desenvolvimento.  

O Brasil atravessa um momento de muitas controvérsias na questão do desmatamento envolvendo o próprio ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Diplomatas brasileiros indicaram que a medida da Casa Branca está sendo interpretada no governo Bolsonaro como um momento decisivo. John Kerry, representante de Biden para o meio ambiente, deixou claro que as ações tomadas por governos até agora não estão sendo suficientes. O americano confirmou a existência dos planos da cúpula e insistiu que a comunidade internacional terá de reduzir seu consumo de carvão cinco vezes mais rápido até 2030 para que as metas possam ser atingidas. Kerry também atacou atitudes "negacionistas" e insistiu que Biden está ciente de que "não tem tempo a perder". "Ações domésticas não são suficientes. Precisamos ter uma estratégia global", afirmou. "Precisamos de uma mobilização equivalente à de uma guerra", defendeu.

O governo brasileiro vem sendo alvo de uma forte pressão internacional também nos meios diplomáticos e econômicos por conta da situação do desmatamento que hoje atinge patamares elevados. Na Europa, parlamentos nacionais e regionais têm aprovado moções para impedir que o bloco feche um acordo comercial com o Mercosul.

No mês de janeiro caciques brasileiros submeteram ao Tribunal Penal Internacional uma queixa contra Bolsonaro, por conta da situação dos indígenas e do desmatamento. A Comissão Europeia voltou a anunciar que vai estabelecer leis que impedirão empresas de importar commodities ou insumos se não provarem que os produtos são sustentáveis. Já o presidente Emmanuel Macron, da França, deixou claro que seu governo não ratificaria o tratado com o Mercosul nas atuais condições do desmatamento no Brasil e iniciou uma política para reduzir a compra da soja brasileira.


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